07 fevereiro 2015

LU PIRAS | SEMANA DO AUTOR NACIONAL


1. Em que momento da vida pensou: "Sou uma escritora e é isso que eu quero continuar sendo pra sempre!"?
Quando eu percebi que me esquecia de dormir, comer e beber enquanto estava escrevendo, rs. Em 2010, eu escrevi meu primeiro romance, publicado por uma editora pequena. Equinócio tinha mais de 1500 páginas e eu tinha um problema. Era novata no mercado, com uma série sobrenatural nas mãos e não conhecia ninguém. Mas quem disse que eu pensei que seria difícil? Embora com alguma ideia (eu fazia Produção Editorial na UFRJ) do mercado, eu era tão inocente, tão inexperiente! Eu não duvidava do meu potencial, não me arrependia das horas que havia deixado de estar em família e com amigos, tampouco dos últimos seis meses reclusa no meu quarto, pois estava fazendo o que eu mais amava: escrever. Tinha muita vontade de publicar, mas se não publicasse não importava. Eu era feliz por ter descoberto a minha vocação. A minha ganância sempre foi pelo tempo e não pelo dinheiro que a literatura poderia me dar. Depois de 4 livros publicados, de passar por 4 editoras diferentes, posso dizer que todo o tempo dedicado a escrever foi ganho, nunca perdido. Porque eu vivo para escrever e não o contrário. 

2. E essa primeira pergunta dá uma "liga" para a segunda. Já pensou em desistir? 
Não. Eu não me atreveria a fazer isso comigo. A mesma certeza, de que eu preciso escrever para viver, é reafirmada a cada livro que publico. Não tenho mais a mesma inocência de antes. O mercado é feroz, competitivo, interesseiro, só visa o lucro. Quando uma editora aposta em um autor é porque ele está fazendo a coisa certa. Se estou segura de estar no caminho certo, se estou segura do que amo, por que desistir?

3. Pela sua pequena biografia no seu site, vejo que você teve oportunidade de fazer várias coisas diferentes. O que o escritor tem de especial?
Eu sempre me dedico bastante a tudo o que faço, embora seja ansiosa. Na literatura, em especial, precisei aprender a ter calma. Escrever é um ato de resistência e paciência. É para os fortes, rs. Qualquer trabalho artístico exige muito do autor da obra. Exige mais do que tempo (bem tão precioso); é preciso entrega, é preciso coração, é preciso a virtude de não ter medo de sonhar. No mundo de hoje é cada vez mais difícil sonhar. Acho que a missão do escritor é manter essa capacidade viva dentro de si para que seu leitor nunca deixe de sonhar. 

4. Se você pudesse falar com todos os autores iniciantes agora, que dica daria para eles?
Nestes últimos quatro anos eu precisei descobrir como é difícil e ao mesmo tempo gratificante viver de imaginação. Isso, porque é preciso muita atitude para viver de imaginar e escrever histórias. O escritor que está começando precisa saber que, na maioria dos casos, é muito difícil entrar para uma grande editora, mas que não é impossível. Muitos autores que começaram comigo, em 2011, são a prova disso. Esse escritor iniciante precisa saber que depois que entramos numa grande editora o trabalho só cresce, porque a responsabilidade aumenta na proporção em que número de leitores aumenta, e você vai querer dar o seu melhor, cada vez mais. Afinal, se você ama escrever de verdade, saiba desde já que não vai conseguir desistir. 

Saiba mais sobre Lu Piras
Facebook: https://www.facebook.com/lupirasII
Instagram: http://instagram.com/lupiras80/
Twitter: https://twitter.com/LuPiras80

Um comentário:

  1. "Escrever é um ato de resistência e paciência."
    Nhaaaw, que amor de entrevista! Eu tive a oportunidade de conhecer a Lu Piras num evento antes mesmo de criar meu blog e ela é um doce de pessoa! Merece todo o sucesso e conquistar e dá para ver que é uma apaixonada pela literatura, então com certeza ainda vai bem longe! Bjo :*

    www.bibliophiliarium.com

    ResponderExcluir