13 março 2015

O fim do começo ou o começo do fim? | Camilla Custódio

Sempre fui fã de novela. Acho que já sabia de cor o nome dos personagens, antes mesmo de nascer. Em vez de chorar, devo ter dito: "vai começar a novela!" Essa frase foi, é e continuará sendo proferida por mim muitas vezes. Mas a grande verdade é que, ultimamente, não tenho assistido muitas novelas. Particularmente, a das 21h não me agrada. Mas estou melancólica. Afinal, hoje é o fim. Toda a trajetória, todo o enredo tem seu fim hoje. Depois só se passar reprise - o que é raro, em se tratando de novela das 21h. E o fim chegou. E outra novela entrará no lugar. Talvez melhor, talvez pior. É essa incerteza que me deixa aflita - agora não falo de novela. Falo de mudanças. Já reparou que na nossa vida tem uma ordem de começar, acabar, recomeçar, acabar, começar, recomeçar? É um ciclo sem fim. Quer dizer, dentro do ciclo tem um fim. Mas o ciclo, em si, não. É isso que me assusta: os fins que estão dentro do ciclo. Podemos estar numa fase ótima, mas ela acaba. Podemos estar numa fase péssima e, felizmente, ela acaba. Essa incerteza é que angustia: o que virá? Uma fase ótima, seguida de uma boa, com um intervalo comercial para uma péssima ou o contrário? Uma péssima, seguida de uma ruim, com um intervalo para uma boa? E quem determina? Deus? O destino? O acaso? Ou nós? Ou tudo isso misturado? Quer saber, deixemos essa reflexão, por ora, de lado, porque... Agora começou o fim da novela e cheguei a conclusão de que a vida é um grande Império. De dúvidas.

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