Dreaming - Henry John Stock
Perguntaram para ela como ia a Vida. Ela respondeu que não queria saber
da Vida. Julgaram-na estúpida, mal-educada, sem cortesia alguma ou
"desleixada", sem esperança, ranzinza, mal-humorada, mal-amada e todos
os "mal" que poderiam ser atribuídos à ela. Ela queria apenas viver, não
a Vida dos outros, mas a dela - a que era inventada todos os dias, na
sua cabecinha sonhadora. Mas os outros não entendiam, ah, sempre os
outros...Os outros cuidam da Vida e querem que ela se comporte da mesma
maneira. Mas ela não se comporta. Ela faz o que quer. Mentira. Ela não
faz o que quer. Ela sonha o que quer. E o que não quer. Às vezes, uns
sonhos a perturbam e ela acorda assustada, quando a noite está silenciosa. Quer acordar, mas não o faz. Prefere fechar os olhos e tentar dormir. Pensa no amor
inventado, para ver se dá sono. Não dá. Agora pensa que está vivendo um
Amor com seu amor inventado. Ela dorme. E sonha novamente. Um sonho bom,
leve, longe dos outros, da Vida, em um outro planeta, com o seu amor
inventado.
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