Mar de corpos e palavras

Confesso ter paixão por feiras logo de cara. Frequento Bienais há muitos anos, primeiramente em Belém , depois no Rio de Janeiro e a partir de ontem, em São Paulo...qual foi minha alegria ao saber que a Bienal daqui intercala com a do Rio - tendo, portanto, um por ano no Sudeste!! 

Mas São Paulo é tão lotada de informação concreta que fui lembrar o evento apenas semanas antes!! Diz a lenda que a paulista é a maior bienal do Brasil. Maior. Livros. Feira. Marquei de ir quatro dias após a abertura, acabei estacionando por lá dois dias antes do planejado. (In)felizmente, uma quantidade absurda de pessoas pensaram a mesma coisa. Acho muito confortável a ideia de que as pessoas ainda buscam a leitura, os pais ainda levam suas crianças a eventos como esses que incentivam o mundo das fantasias. Contudo, que loucura foi aquela dia 23? 

Alguns escritores internacionais e nacionais super aguardados em uma mesma tarde. A fila para comprar o ingresso foi a maior em extensão das quais já estive na vida, dentro do evento em um corredor 3 filas de pessoas transitando, com o conjunto corporal daqueles tangia o impossível um sistema de ventilação agradável. Um evento tão procurado deveria durar, por que não?, por volta de vinte dias, para que todos pudessem ver e gastar bastante -  porque isso vai acontecer de qualquer maneira. 

Passava por perto de estandes lotados e impossíveis de serem visitados nos quais placas diziam: "Mega Promoção" "10 reais" "3 reais". Consegui poucos livros, nem tão baratos como era esperado. A editora que mais ansiava, Cosac Naify, não fez parte este ano. Voltei para a vida e é difícil dizer que aproveitei por completo a feira, por isso tenho a ideia de voltar no começo da semana, em dia útil, para apreciar com calma e encontrar promoções de fato. 

Aos aventureiros que pensam em ir: levem muuuita água e paciência. No fim, para os dispostos e amantes de palavras, é uma jornada que vale a pena.