08 setembro 2014

Com o perdão da palavra.


Platão diz que uma pessoa apaixonada tende ao erro. Platão, me desculpa, você é um grande filósofo, mas vou ter que discordar. Sei que fala de paixão, deixando a razão de lado e deixando-nos à mercê da sensibilidade... Mas... O que seria das pessoas sem a paixão?! Não teria um combustível, um motor que nos faz correr atrás dos sonhos. Sem paixão, ao meu ver, a nossa tendência seria ficarmos estáticos. Nada nos daria um brilho nos olhos. Um brilho que é reflexo da nossa busca atrás de alguma coisa. Pode ser de um sonho, de uma meta, de uma pessoa. Pode ser uma busca envolvendo tudo isso, também. Mas essa busca seria tão sem graça sem a paixão. Seria tediosa. Seríamos apenas máquinas pensantes, sem um coração pulsante. Mas já que o senhor, Platão, diz que a paixão tende ao erro... Eu me pergunto: e daí? O bom também é errar e aprender com o erro. Admitir que você errou e tentar não ir mais por esse caminho. Tentar seguir outros. Mas continuar buscando e sendo movida pela paixão, porque não há combustível mais poderoso que esse. Eu não conheço. É por isso que vou continuar sendo guiada pela paixão. Mesmo que eu cometa erros. Mesmo que os acertos demorem a vir, porque... O que seria do acerto, sem o erro? E o que seria da vida, sem a paixão? Acho que nada. Não sou filósofa. Não sou cientista. Sou apenas uma pessoa que é movida à paixões. Acho que isso já significa alguma coisa.


Crédito da foto: Derek Fernandes.

Um comentário:

  1. Que lindo o texto! Adorei, e realmente concordo com o lado "sensivel" do conhecimento humano, sabendo-se também que o inteligivel é muito importante! :)

    morenadementira.blogspot.com

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