23 março 2015

O mundo é quadrado

Eu consegui. Batalhei das formas mais heterogêneas possíveis. Suei, peguei metrô às seis da noite, ouvi o que não merecia, me disseram o que eu não era, apontaram-me o dedo. Portas foram fechadas na minha cara, mas por conta de apenas uma: hoje estou aqui. 

Eu viajo por todos os cantos do mundo, as nuvens sempre acompanham minha trajetória. Depois de todos esses dias voando, descendo e fazendo as mesmas coisas(mesmo que de formas diferentes), me pergunto se eu gostaria de ver o mundo dessa forma. 

Queria descer, comer cachorro quente, correr na chuva, abraçar todas as pessoas que me acompanham como as nuvens. Mas sempre é assim: subo, canto os meus sonhos e não tenho liberdade para torna-los realidade. 

Minha vida não é perfeita e o sonho que vivo hoje cortou aquilo que eu tinha demasiadamente. Queria poder continuar fazendo aquilo que amo, mas desejo abrir a janela do hotel, sentir o vento no rosto, descer pelas escadas, conversar com a recepcionista e retribuir de forma equiparável as dez mil pessoas que cantaram comigo ontem. Não quero mais ver o mundo daqui de cima, quero saber como está lá fora. Mas a vida é íngreme: complicado para subir e para descer. 


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