27 março 2016

Leite Derramado | Chico Buarque


Com os anos quase completos de vida, um homem consome seu tempo numa cama de hospital recebendo cuidados de enfermeiras e, basicamente, sem ter o que fazer. É nesse cenário que inicia-se uma retrospectiva da vida, narrada por ele, na qual aborda inúmeros fatos da sua vida e sua família, desde o tempo em que ainda nem era vivo.

A sinopse do livro não me atraiu, em nenhum sentido. Por isso, ele sempre esteve parado na minha estante, recebendo poeira e eu limpando. Acontece que sempre meu pai dizia: "esse livro é ótimo" - e eu escutava sem acreditar.

Até que chegou o dia em que não tinha nenhuma novidade para ler, e meu bolso não era capaz de sustentar o preço de um livro novo, principalmente com aumento por conta do preço do papel que, obviamente, também aumentou.

Peguei-o da estante e pensei: "tá", como se o livro quisesse dizer pra mim: "me leia, por favor". Ok. Esquece esse parágrafo. É pequeno mesmo, imperceptível.

De início achei ótimo. Lia uma página e já desejava a outra e a outra e a outra... até que chega um ponto em que tudo parece não sair mais do lugar. Fica enfadonho. Mas, por mais que possa parecer ambíguo, havia alguma coisa, algum elemento, que me prendia ao texto, apesar de ter plena consciência de que nada acontecia e tinha que aparecer uma coisa diferente ali, não é?

"Leite Derramado" é um livro que te proporciona envelhecer por uns minutos. Te entrega na mão a realidade crua, de maneira melancólica e humorada ao mesmo tempo. Te faz acompanhar uma vida de um amor não correspondido.
                                                                                    Imagem que expressa meu sentimento pelo livro:

                                                       

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