Quando falamos que “todos nós somos iguais” é, claro, de maneira abstrata, porque, na realidade,
todos nós somos diferentes uns dos outros. Eu sou diferente de você e você é
diferente de mim. Nós temos conceitos, opiniões e valores diferentes (podem até
ser semelhantes, mas não iguais). O que eu acho "certo", provavelmente você não
achará. Nós tendemos a olhar torto para aquela pessoa que não segue os nossos
padrões, que não pensa como nós. E é justamente aí que entra o preconceito.
Julgamos o outro e construímos uma opinião baseada em análises sem fundamento,
sem conhecimento algum.
Nós somos, todos,
cercados e encurralados pelo preconceito em suas mais diversas
formas: social, racial, linguístico, literário (!) etc. Sim, o preconceito
literário existe – e é mais frequente do que você imagina, seja ele de maneira
direta ou indireta.
Eu acredito que
todos nós já fomos julgados pelo livro que estávamos lendo – ou, quem sabe, já
fomos os julgadores. É um susto quando aquela pessoa que julgamos ser "culta" está lendo, não sei, um best-seller infatojuvenil. Você se assustaria também,
não é? Então, a partir dessa descoberta, começamos a fazer suposições negativas
sobre essa tal pessoa: “Ah, ela deve ser fútil”, “Só deve conversar abobrinhas”,
“Deve ser infantil” etc. Porém não necessariamente o intelectual que lê os
clássicos da literatura brasileira é mais culto e maduro que a pessoa que lê os
best-sellers. Todo livro tem a sua profundidade, não devemos apenas nos prender
a superfície, devemos saber enxergar através dela.
É um fato: nem
toda a sabedoria do mundo está nos livros. Ela está também na experiência de
vida, no dia a dia. Do que adianta lermos tantos livros “intelectuais” e sermos
tão “eruditos” se nos achamos superiores que os outros? Isso está mais para
burrice. A questão não é apenas o que se lê, é como se lê.
Não devemos sentir
vergonha por lermos best-sellers, devemos sentir vergonha por lermos clássicos
por obrigação e para nos passarmos de “cultos”.
Eu, por exemplo,
leio Fazendo Meu Filme, Cabeça de Vento, Jogos Vorazes, 1984, O Lobo da Estepe,
Paulo Leminski etc. E então, o que eu sou? Uma pessoa supérflua, infantil, poetisa, culta ou intelecual? Eu sou eu, e não os livros que leio.
E você, tem ou já
sofreu preconceito literário?
Eu nunca tive muito esse problema. Acho que cada um deve ler o que lhe faz feliz. Eu gosto de livros de horror, de romance, de clássicos, de YAs, de policiais e infantis. Não me privo de ler nada que me desperte interesse por conta de opinião de outrem.
ResponderExcluirBeijos,
Tayná
http://olhandoporai.com/
Olá,
ResponderExcluirJá presenciei preconceito literário de uma mulher que eu não esperava. Ela era minha professora de Literatura e se rotula como culta e sábia, no entanto, mostrou-se ignorante quando passa a criticar a leitura do outro.
Ler só é gostoso quando lhe dar prazer. Ler clássicos por obrigação é tortura e nada agradável.
Menos rótulos e mais livros, pessoal!
Otimo texto :)
Beijos
Adriano
GeraçãoLeitura.com || http://geracaoleiturapontocom.blogspot.com/
Oi, tudo bem?
ResponderExcluirDescobri seu blog por outro blog e já curtia fan page :)
Concordo muito com vc ~~ Tipo, eu amo ler livros juvenis, mas também sou muito curiosa por clássicos. Sem contar que muita gente mente quando diz que os lê. Eu acho que a única coisa errada no leitor é quando ele se prende um único gênero, ou melhor, passar aceitar os gêneros. Porque literatura é algo tão diversificado que dividi-la em isso ou aquilo nunca vai ficar totalmente certo.
Bjs
sete-viidas.blogspot.com