19 outubro 2015

Vinícius Grossos | Semana do autor nacional


Tenho uma mania previsível. Simplesmente todas as vezes em que vou ao shopping, passo muito tempo em livrarias. E, SEMPRE vou e volto nelas. Nessas minhas visitas, na maioria das vezes, encontro um livro em um lugar específico da livraria que chamo de: quero comprar todos desse lugarzinho aqui. "O garoto quase atropelado" é o nome do livro e vou comprar ainda. Resumidamente (odeio resumir, porque resumos dizem poucas coisas importantes, por incrível que pareça. Mas, me sinto obrigado a fazer isso direto, porque o fato de eu ainda não ter lido o livro me limita a contar detalhes. SHIT!), fala sobre um garoto que começa a escrever uma espécie de diário para despejar um pouco do que tem por dentro dele. Isso inclui... tudo! todos os sentimentos e pensamentos (eu estou fazendo exatamente isso. Não é bem um diário o que tenho porque não uso todos os dias, mas é um caderno que escrevo um monte de coisas aleatórias sobre mim. Eu prometo que esse foi o último parêntese que atrapalhou sua leitura). Ele saiu da escola, abdicou de tudo, menos do que ele não podia: ele mesmo. Por isso, se isolou das coisas lá fora, chegando até mesmo numa fase inicial de depressão. Nesse momento, ele conhece Laís que estoura a bolha de sabão que era o que ele estava vivendo. Só que, ao contrário de uma bolha de sabão que é algo muito legal e divertido, a vida desse garoto não me parece legal e divertido. Era uma bolha que o protegia: a solidão. 

A questão é que essa menina não estava sozinha. Trazia Acácio, que ele apelida de "James Dean não-tão-bonito". Ok. Tudo melhor do que Acácio (prometi que não faria mais parênteses, mas.. Vinícius, me desculpe se você quis homenagear algum parente ou amigo dando o nome dele para um personagem seu, mas Acácio é um nome de deputado federal. Ainda bem que James Dean não-tão-bonito é uma ótima escolha). Além de Acá... James Dean não-tão-bonito, tem um jovem gay que sempre tem uma piada pronta e dicas para dar e, por fim, Natália, que parece ter uns probleminhas bem chatos também. Todos eles se unem para vencer seus problemas, tentar se entender e ajudar um ao outro. Pelo título e sinopse, entendo que o garoto foi quase atropelado pelos seus próprios problemas, mas que os novos amigos o salvam e isso tem um valor muito importante. Acho que nunca parei pra refletir sobre quem me salvou nas vezes que quase fui atropelado pelos meus dias péssimos, pelos meus problemas ou na tentativa falha de resolve-los. 

Ah! Mais uma muito boa! Eu virei o livro e TCHARAMMMM! Um depoimento da Bruna Vieira. Ok. Eu não preciso falar mais nada sobre isso.



Daí eu pensei: "vou procurar esse autor no facebook". Então, quando vi ele (digo, virtualmente) no facebook de Augusto (melhor pessoa) e está escutando Troye Sivan, PUF. É claro que eu ia falar com ele no inbox, né? Quando eu pesquisei o nome dele pra mandar a mensagem, falava que ele é carioca e mora em Minas. PUF. Por que eu ainda não falei?!

E agora que justifiquei os motivos pelos quais o segundo (porém nem um tiquinho assim menos importante) autor da Semana do autor nacional aqui no blog é Vinícius, vamos logo às rápidas perguntas que fiz pra ele. 

Em primeiro lugar, eu queria agradecer sua disponibilidade e gentileza. E falando gentileza, me diz a importância dela, não só na literatura mas na vida também.
Olha, eu acho que o mundo tem, cada vez mais, se tornado um lugar de julgamentos, apontamentos e falhas. Ninguém é perfeito. Isso é fato. E acho que falta, sinceramente, um pouco de humildade e compaixão na hora de se olhar para o outro. É muito difícil, eu sei, porque tem vezes que não acordamos num dia muito legal... Mas, provavelmente, você também não sabe o que aquela pessoa que te olhou torto tal dia tem passado. Então, acho, que se nenhum lado abrir mão, e ceder um pouquinho, o mundo vai virar um grande campo minado. Uma das poucas coisas que pode impedir isso e é exercitar a gentileza.

Você cursa jornalismo. Até que ponto isso interfere nas suas histórias?
Olha, tem o lado positivo e negativo. Como jornalista, precisamos exercer a todo o momento o poder de síntese e a descrição. Isso ajuda na hora de escrever.
Mas, na faculdade, por exemplo, a todo o momento minha imaginação é cortada. Os professores reclamam que eu escrevo demais, fantasio demais... E no jornalismo isso não pode acontecer.
Eu faço jornalismo mais para ter uma outra profissão. Mas a literatura é meu grande amor! Emoticon heart

Você se apresenta como perseguidor de sonhos. Qual o maior deles?
Sem dúvidas nenhuma: ter uma vida digna e confortável vivendo apenas de literatura.

Em que momento você disse para si: "quero publicar isso que eu escrevi"? Já tinha essa pretensão enquanto escrevia?
Olha, desde o primeiro livro, que nunca chegou a ser publicado, eu já sentia que isso era o que eu queria fazer pelo resto da minha vida. Então, eu nunca fui daquele tipo de pessoa que tinha vergonha de ser publicado; que não queria que as outras pessoas vissem. Eu, na verdade, gostava era quando elas viam, liam, opinavam, criticavam e não saíam ilesas do meu texto.

Depois dessas perguntas e respostas maravilhosas, quero dizer que se você passar em uma livraria, não deixe de passar no cantinho do quero comprar todos desse lugarzinho aqui e não saiam ilesos dos textos de Vinícius. 

Onde encontrar Vinícius (ele não está no google maps, muito menos apareceu no google earth):

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